Sunday, November 12, 2006

Sargento Jack

Sargento Jack chegou ao bar cansado e um pouco disperso, porque havia ficado a tarde inteira caminhando sob o sol.
A garçonete, chamada Telma, era a coisa mais feia que ele já vira na vida (ganhava até das entranhas de um homem baleado escorrendo pelo ventre) mas ele não via porque não ser simpático.
''O que vai querer senhor?''
''Me dá uma dose de whisky, por favor''
''Qual marca?''
''Johnny Walker, pois estive caminhando hoje...será apropriado''
A garçonete não gostou do gracejo. Na hora de fazer os pedidos, considerava-se uma deusa intocável, e uma blasfêmia daquelas não poderia ser perdoada.Tratou-o com rudeza:
''Alguma coisa a mais ou só o seu 'whiskyzinho' ?''
O sargento não gostou daquilo, e foi direto:
''Escuta aqui, vaca, controla a sua língua porque não estou a fim de arrebentar a sua cara aqui.''
A moça, que era uma barraqueira de primeira, não deixou por menos:
''Você não é homem para isso!''
Sargento Jack não deixou por menos, desceu o braço no rosto de Telma com toda a força, e a mulher caiu, cuspindo três dentes e babando uma gosma roxa feita de sangue, saliva, e talvez um pouco de chiclete.
Dois seguranças cercaram o Sargento Jack, e ele disse:
''Vocês querem whisky, rapazes?''
E os seguranças disseram que não queriam, e estavam querendo mesmo era arrebentar com o sargento Jack, mas ele tirou a pistola da jaqueta e apontou para os dois e disse ''Vocês tem certeza que não querem?''
E eles disseram que queriam e puseram-se a tomar.
O sargento Jack então preencheu uma reclamação contra a garçonete e colocou na urna de sugestões, e então foi embora.

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