Tuesday, September 12, 2006

Divagações sobre a morte

A morte é uma dama esfaimada, cuja fome é infinita. Ela não é preconceituosa, concede uma hora a todos, cedo ou tarde. Não é justa, mas também não é injusta. A morte faz parte da vida, assim como a vida faz parte da morte.
Como nada é eterno, a morte também não é eterna. Quando todos os seres vivos tiverem morrido, ela também morrerá.
A morte é impulso, é estímulo. Quando acuados, sentindo-se próximos à morte, todos os animais lutam com sua força máxima, utilizando o potencial oculto nos mais remotos recônditos de suas células.
Poderia arriscar-me a dizer, e direi, que o medo da morte foi um dos grandes impulsos para a ciência e a tecnologia do ser humano, quem sabe o maior? A busca pelo conforto é a busca por uma fuga da morte.
A morte é descanso para o moribundo, é tristeza para quem fica, é o fascínio de tanta gente, partindo dos egípcios e passando para Edgar Allan Poe, entre milhões.
É algo que sempre vem de surpresa...pois ninguém sabe o seu exato momento.
É algo que pode ser vencido, porque enquanto existe a escrita, existe esperança de que alguém lerá o que o autor escreveu antes de morrer.

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